24 fevereiro 2013

no divã

Sempre achei que a psicoterapia não era para mim. Continuo a achar, como bom calhau reaccionário que sou. Mas ontem conduzi todo um IC19, sozinha no carro, a ouvir música bem alta, algo cujo valor só deve ser devidamente apreendido pelas mães deste (meu) mundo. Deu para desligar das preocupações que vêm em primeiro lugar na lista e para chafurdar um bocadinho no que nunca se mexe. Deu para o primeiro passo: chamar as dores pelos nomes. Agora não sei bem como se fazem os outros passos e não voltarei a ter uma sessão daquelas tão cedo. Mas aquelas dores nunca mais serão apenas uma sombra silenciosa.

6 comentários:

Ana C. disse...

É quando conduzo, ao som de uma música qualquer, que tenho as maiores revelações. Nunca me aconteceu no IC19, mas noutros itinerários complementares, no caminho para o supermercado várias vezes tive dores, alegrias, epifanias.
Quanto ao resto de dar continuação à psicoterapia de carro, só vai lá com conversa.

Melissa disse...

Elaborar é bom.

Naná disse...

A música sempre foi o meu melhor exorcista de demónios e sombras!
Foi ao som de algumas músicas que consegui conforto quando estava triste, foi ao som de música que festejei (sozinha ao volante em plena A1) algumas conquistas e alegrias!

Patrícia disse...

Isso é bom, perceber a dor e senti-la e o primeiro passo. Dói muito, eu bem o sei, mas depois melhora:-)

apresento isto disse...

A psicanálise é que é no divã!
Psicoterapia é muito diferente...

gralha disse...

Peço desculpa pelo lapso, Vida.