28 agosto 2014

somos tão criativos, nós os portugueses

Ideias, conceitos, projectos inovadores, tudo isto brota da alma lusitana como o refluxo de uma sanita sem sifão. Faz-se muita coisa jeitosa, de valor. Mas também estamos em grande na especialidade da recauchutagem criativa. Se alguma coisa funciona com outros, nós replicamos mas em mais barato, numa espécie de contrafacção conceptual. Encontrei há dias nessa nova Meca do audiovisual que é o Youtube estes vídeos. Abram uma excepção e vejam um ou outro, sim?
Vá, venham cá agora dizer-me que aquilo do ser em cafés é original, que os argumentos estão decentes, os actores têm o seu valor e a construção cénica é mimosa. Sim, senhor, é verdade. E o sotaque portuense da protagonista é originalzinho de gema, lá isso é. Mas o tipo de humor que pretendem fabricar é um cruzamento descarado e coxo da Porta dos Fundos com a Odisseia. Ora, falta-lhes umas boas colheradas de gemada com vinho do porto para roçarem o nível do Fábio Porchat ou do Bruno Nogueira. E isto vindo de alguém que já está um bocado farta de ambos.

4 comentários:

Unknown disse...

Partilho da mesma opinião... mesmo nos conceitos televisivos que importamos somos tão fraquinhos e aqui refiro-me ao The Voice ou aos Masterchef's... conseguimos arruinar da pior maneira a coisa...

Naná disse...

O unknown anterior c'est moi!

Amigo Imaginário disse...

O (re)aproveitamento é uma arte típicamente portuguesa, sem dúvida! :)

gralha disse...

É melhor nem falarmos nessas importações televisivas, Naná.

Não deixa de ser um talento que pode dar jeito, Amigo Imaginário.